domingo, 11 de abril de 2010

In devassado

Ah, parede branca!
Não me encares deste jeito.
Já não basta ter que olhar a tua tinta
refletindo as minhas mágoas,
e ainda ecoas o meu passado,
joga-o na minha cara com esse teu irônico branco?

Ah, parede branca!
Acabo de riscar-te com meus gizes de cera.
tudo bem, sei que ainda és branca
mas os riscos em tua tinta
são as minhas cortinas.

o branco;
o cimento;
os tijolos.
São todos teus.

Deixe-me a sós
(eu e os meus riscados)

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