segunda-feira, 18 de julho de 2011

Elogio ao espelho

Narciso admirou a própria imagem (ou um protótipo de) diante da água. E se matou de tanto se olhar.
Alice resolveu atravessá-lo para descobrir o mundo invertido.
Orson Welles brincou com espelhos que distorciam a imagem dos personagens no filme A Dama de Shanghai.
Arquimedes afundou uma frota de navios inimigos usando uma série de espelhos.
Bruxa da branca de neve e espelho mágico.
Para o interacionismo simbólico, vertente da Sociologia, o espelho nada mais é do que a maneira como aquele que o observa será visto pelas outras pessoas.
Quebrar um espelho. Punição: sete anos de azar.
Pendurar um espelho grande num ambiente aumenta o próprio ambiente.

Admirável o tal do espelho, que com todas as suas peripécias, é o maior representante da imagem como potência. Antes de qualquer cineasta ou fotógrafo que criam a imagem a partir da realidade, estava o espelho. E mais do que a fidelidade à realidade, eles nos ensinou que as imagens não são realidade. Podem até tentar ser, mas nunca serão. Mesmo no espelho as imagens são invertidas, embaçadas, distorcidas e nos ludibriam a toda hora. Não se esqueçam que é uma imagem plana, mas que parece ser 3D ( e sem óculos especiais!).

Espelho. Fantástico objeto.