segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre merda e papel higiênico.

Chego até a rodoviária Novo Rio em uma manhã de sábado. Dirijo-me até a fila esperando a minha vez para comprar a passagem Rio X Petrópolis, horário de saída 11:00. Após umas três pessoas, sigo até o guichê e entrego uma nota de 20 reais para o antendente. Em troca, me entrega a passagem e cinco reais de troco. Amasso a passagem e o troco e coloco no bolso da calça. Avisto duas cadeiras livres, em uma fileira com três, e então sento na do meio. No meu lado esquerdo, uma senhora com um lenço na cabeça e a bagagem no colo. No lado direito, uma cadeira livre com algumas marcas de chave.
Como faltavam quarenta minutos para a saída do ônibus, decido pegar um livro e ler. Umas três páginas depois, percebo um jovem casal se aproximando e discutindo:
- Não! Sai daqui. Num quero nada contigo - diz a moça.
- Fabiana, por favor!- retruca o rapaz, segurando o braço dela.
- Me larga!
- Calma...
E a moça senta-se ao meu lado, cruzando as pernas e esboçando um bico de insatisfação. O rapaz se aproxima e continua a discutir. Esforço-me ao máximo para retornar à leitura, mas a discussão parece ficar cada vez mais séria e as vozes elevam-se. Não sei o que fazer. Se fechar o livro, podem pensar que estou atento à conversa. Se me levantar podem me envolver na discussão com comentários do tipo: "Tá vendo! Até o garoto foi embora!". E então posso até ser motivo para mais discussão.
Como ainda faltavam vinte minutos, decidi permanecer na mesma. Finjo continuar lendo. A discussão continua até que a moça esbraveja, soltando a seguinte acusação:
- Você é muito merda! Você é tão merda que não tem dinheiro nem pra pagar a porra do papel higiênico!
Diante da seguinte afirmação, um leve sorriso aparece na minha cara e solto um barulho estranho."Pfff", ou algo do tipo. Mas continuo com a minha interpretação de leitura. Até que escuto:
- ...tá rindo de mim? Tá rindo de mim, seu merda? Fica prestando atenção à conversa dos outros!
Levanto o meu olhar e percebo que está falando comigo. Respondo de maneira surpresa:
- Não não... Só estou lendo aqui.
- Isso. Continua a ler o livro e não se meta na conversa dos outros.

Termino (ou finjo terminar) o capítulo e levanto. Saio rindo da situação inusitada e cinco reais no bolso, que poderiam muito bem pagar o papel higiênico para o merda.

5 comentários:

  1. Tenho que dizer: eu ri ALTO quando chegou na parte do "você é tão merda(...)", foi realmente inusitado. E o finalzinho foi genial! Muito maneiro esse blog! Vou favoritar agora!
    beijocas,
    Guida.

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  2. Ri tão alto q acordei a minha mãe!!!AHUuhUHUuHUhuHUhuHU Se eu estivesse na sua pele, acho q eu ia olhar bem sério pra ele e falar q estava rindo do q eu li no livro, levantar puto e sair reclamando q eu nem podia ler em paz. AHUHuuHuhU =P
    Abraços,
    Raoni

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  3. heAUIEHAUIHEaiuHeaIUeaiu

    caracaaa!

    eu tomava uma surra mais não ia aguentar a risada heuaHUeaheia

    gostei muito da forma que escreveu...

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  4. Mt maneiro, tou esperando o próximo post!

    Aê, resolvi criar um tb, já te adicionei lá! Depois dá uma olhada e me adiciona nos teus links:
    www.andarilhodescalco.blogspot.com

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  5. heuhauheuahuheae muito bom!!!rodoviária é lugar típico pra rolar barraco... bom, normalmente eh deprimente e a gente se irrita, mas no final até que é engraçado ver essas coisas! xD

    =************ palhaço

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